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Nossa saúde

A ntes dos primeiros contatos com os não indígenas, nossos xamãs sabiam curar todas as doenças que nos acometiam. Mas, conforme os não indígenas foram invadindo nossa floresta, doenças que antes eram desconhecidas por nós, começaram a aparecer, como malária e tuberculose. Os casos de malária e sarampo cresceram muito com a abertura da Perimetral Norte e com a invasão garimpeira, causando a morte de muitos de nós.

Esses são males que vêm de longe e que os xamãs yanomami e ye’kwana não conhecem, por isso, para tratá-los, precisamos dos remédios dos não indígenas. Para conseguir lidar com essas novas doenças, precisamos conciliar o trabalho dos xamãs, e nossos conhecimentos sobre os remédios da floresta, com os conhecimentos dos não indígenas e seu modo de cuidar da saúde. É por isso que nós, Yanomami e Ye’kwana, junto com os outros povos indígenas, sempre lutamos por um sistema de atenção à saúde indígena diferenciado de verdade.

Em 1999, depois de muita luta dos povos indígenas, foi publicada a Lei Arouca, que criou um sistema nacional específico para o atendimento à saúde indígena que ressalta a necessidade do atendimento:
(I) Ser feito por meio dos dseis e não dos municípios;

(II) Levar em conta os conceitos indígenas sobre o que é saúde;

(III) Incluir os conhecimentos e conhecedores indígenas no Sistema Único de Saúde – sus; e

(IV) Garantir controle social no acompanhamento das políticas de saúde.
Hoje, nós, Yanomami e Ye’kwana, seguimos lutando para que esse sistema de saúde indígena seja fortalecido e para que o atendimento à saúde em nossa terra respeite cada vez mais nossa realidade e nossos saberes.

PARA MELHORAR A NOSSA SAÚDE

As prioridades para o cuidado à nossa saúde são: • Atuar de forma preventiva para diminuir o número de remoções da tiy;

• Melhorar o atendimento aos pacientes na Casai, diminuindo o tempo de permanência na cidade;

• Garantir o controle eficiente de doenças como a malária, oncocercose, pneumonia e tuberculose, que têm sido frequentes em nossas comunidades;

• Melhorar o atendimento específico à saúde das mulheres, priorizando as práticas tradicionais de cuidados durante a gestação e no momento do parto;

• Fomentar encontros de mulheres nas comunidades para discutir questões específicas à sua saúde.

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